10 de junho de 2014

HISTÓRIA DE MARIA SQUASSÁBIA


Uma das heroínas da Revolução de 1932, Maria Squassábia pegou a farda de um soldado desertor e se juntou à tropa.
Durante a revolução, cerca de 70 mil mulheres foram fundamentais para auxiliar os revolucionários, na fabricação de armas e munições, ajudando como enfermeiras e confeccionando fardas.
"A mulher paulista é que deu força para os homens, para maridos e filhos que se alistaram e foram como voluntários", contou o historiador João Baptista Scannapieco.
Mais de uma delas, no entanto, foram além do trabalho de suporte. Uma delas, Maria Stela Rosa Squassábia vestiu uma farda e foi para a frente de batalha. Nascida em Araraquara, em 12 de março de 1889, filha de José Saquassábia e Palpello Clotildes, mudou-se ainda com 3 anos para São João da Boa Vista.
Maria Sguassábia foi professora primária na Fazenda Paulicélia, próxima a cidade de Santo Antônio do Jardim. Quando viu tropas revolucionárias passarem e, ,m dos soldados desertou e jogou a farda fora, Maria recolheu as roupas, vestiu se infiltrou na tropa.
Segundo Maurício Marsiglia, neto da combatente, ela acabou sendo descoberta e o capitão do pelotão não queria aceitá-la. “Ele se reportou ao comandante do batalhão, que disse ‘por que não?’”, contou.
O neto lembrou do momento em que a avó mais se orgulhava, quando conseguiu render um tenente federalista. “O tenente quando percebeu que era uma mulher não queria se render nem entregar de forma alguma as armas. Neste instante, o comandante do batalhão da minha avó disse que o tenente teria se sentir orgulhoso de ter sido rendido por uma heroína”, lembrou.
São Paulo perdeu a disputa no campo de batalha, mas dois anos depois conseguiu conquistar a principal reivindicação da revolução. Em 1934, uma nova Constituição foi escrita, que deu o direito de votar às mulheres.
“A nova Constituição trouxe uma conquista das mulheres paulistas para todo as mulheres brasileiras, que foi o direito do voto”, comentou o professor de história Fernando Varanda.
Maria Squassábia morreu em 14 de março de 1973, aos 74 anos. Ela está sepultada no cemitério de São João da Boa Vista.


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