11 de agosto de 2012

Tiradentes: o que a História não contou...


O que a história não contou, atrevo-me, com a devida vênia, a dizer, até como desagravo a memória do mártir Joaquim José da Silva Xavier, o alferes da milícia da corte, cognominado "Tiradentes". Iniciado na sublime ordem maçônica, onde conheceu a luz menor. Entusiasta, o jovem Tiradentes aprendeu além de outros, o ofício básico de dentista sem cursar nenhuma escola. Usava sua prática gratuitamente pelo prazer de aliviar a dor daquele que necessitasse de seus serviços, sentindo-se feliz por ser útil ao seu semelhante.
Entusiasta da liberdade, gostava de ser livre, como declarado fora em sua iniciação maçônica. 
Vendo o povo do Brasil colônia ser demasiadamente explorado pela corte, na extração do ouro, tomou por decisão criar um movimento de liberdade. Para tanto escolheu a dedo seus companheiros, irmãos de maçonaria, que perfazia o total de onze, (posteriormente deu-se o nome de inconfidentes). Entre os inconfidentes figurava Joaquim Silvério dos Reis, que viria a trair o movimento.
Toda discussão e plano do movimento dava-se em reuniões discretas, sob a liderança de Tiradentes. Havia um jovem no movimento, Tomas Antônio Gonzaga, que estudava direito nos Estados Unidos da América e sempre era ele o incumbido de contatar o governo americano para obter o apoio ao movimento. O que ninguém sabia, o governo yankee era todo composto por mações, daí a liberdade do enviado do movimento dos inconfidentes ter passagem livre no palácio do governo americano. 

UM TRAIDOR NO MOVIMENTO.
O coronel da cavalaria geral, Joaquim Silvério dos Reis, era devedor de uma vultosa quantia ao reino português, por conta do que fez um acordo de perdão da dívida, delatando ao visconde de Barbacena o movimento e seus idealizadores em carta de próprio punho. Assim como o divino mestre foi traído em troca de dinheiro, Tiradentes também, quase coincidindo com a mesma cena praticada por Judas Iscariotes, dessa vez repetida por Silvério.

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Assim, preso foi Tiradentes e seus companheiros, menos Joaquim Silvério dos Reis, o delator mau caráter. 
Tiradentes no ato de sua prisão, cobriu-se com a bandeira que ele mesmo idealizara e desenhara, entregando-se sem reação aos comandados de sua prisão. O presídio da ilha das cobras foi o lar de Tiradentes por três anos, onde sofreu toda espécie de tortura física e mental. Os demais companheiros de Tiradentes foram condenados ao degredo na África.
Por três anos, todos os dias, Tiradentes era interrogado e torturado, com a promessa de seus torturadores de libertá-lo se assinasse um documento de culpa, delatando seus companheiros, pois se assim o fizesse a carta denunciante de Silvério dos Reis teria mais crédito e validaria sua denúncia por completo, o que Tiradentes recusou-se, assumindo sozinho a culpa pelo movimento. (Aí se denota o caráter do homem iluminado). Por isso foi condenado pela corte, à morte por enforcamento.
Montado o palco do espetáculo público na lampadosa, foi Tiradentes conduzido vestido numa túnica branca dos condenados. Caminhou descalço em passos certos e cabeça erguida. Subiu ao cadafalso conduzido por seu executor, o escravo "capitania", de quem Tiradentes havia há tempos aliviado a dor pela extração de um dente enfermo. Perguntado que fora o que desejava antes de morrer, respondeu com um brado de coragem: Se dez vidas eu tivesse, dez vidas eu daria. Pediu à capitania, quando o cadafalso abrisse sob seus pés, montasse em seus ombros. Beijou as mãos do seu executor dizendo-lhe, ó Meu amigo, deixe beijar-lhe também os pés. Capitania chorou, lágrimas viam-se desenhar no rosto negro do escravo. Naquele instante, no mínimo capitania sentia-se o pior dos homens, como escravo obrigado que era, cumprir as ordens que lhe impusera a corte, sendo o executor daquele que outrora se sentiu feliz por aliviar-lhe a dor.
Faça o que tem que fazer, seja breve, disse-lhe Tiradentes.
Abre-se o cadafalso, um corpo rodopia no ar pendurado por uma corda.
O escravo faz o que o mestre lhe pedira. Monta em seus ombros. O corpo desfalece solto no ar já sem vida. Tiradentes não sufocou, não houve tempo para tanto. O peso de seu corpo somado ao de capitania foi mais do que suficiente para romper a primeira vértebra da coluna cervical. Portanto Tiradentes não morreu enforcado como conta a história.
Trinta anos passados, um jovem príncipe era iniciado na mesma ordem de Tiradentes, onde ali conheceu a verdade. Entre os escritos arquivados de Tiradentes, havia um que dizia: Na minha falta, haverá de vir um homem para concluir minha obra, que é justa, perfeita e bela. E assim, a 7 de setembro de 1822, Dom Pedro declarava a independência do Brasil, ficando assim o Brasil liberto de Portugal, deixando de ser colônia para ser a grande nação em que se tornou. Concluindo-se aí a obra de liberdade, sonhada por Tiradentes.

CONSIDERAÇÕES DO AUTOR: A obra exposta, é de autoria e de inteira responsabilidade do autor, resguardando-se toda e qualquer informação sigilosa e o original do texto.
Publicado amiga oculta at Domingo, Abril 19, 2009
Autor Edilson Xavier de Menezes/Edmen

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